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ICONOCLASTIA EM ALTA!

Abraão foi um personagem interessantíssimo. O pai da fé, o pai de povos, o ícone clássico da fé monoteísta, numa analogia com Gênesis 22:17 foi o pai biológico dos judeus (aqueles que receberam a terra, a areia que está na praia do mar) e dos filhos espirituais - a igreja (numerosos como as estrelas do céu) – como diz em Efesios 3:6 – “co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-participantes da promessa em Yeshua (Jesus)”. O “hebreu” significa literalmente aquele que atravessou para o outro lado da margem do rio (do verbo hebraico Laavor).


O conformismo com o mundo não ditava o caminho dele. Ele não iniciou sua jornada por modismo ou porque tinha vocação para ser um contestador. Ele se posicionava contra a vontade da maioria simplesmente por ter identificado a vontade de Deus e por isso ele se agarrou na única maneira de agradar que ele conhecia: a obediência!


Será que Avraham Avinu (Abraão nosso pai) , o hebreu, era um alienado? Para quem ainda não atravessou o rio, a vida espiritual dos filhos de Deus é vista como uma tentativa de se esconder atrás da religião. O que para alguns é refúgio e proteção, para outros é uma alienação.


Quando Deus disse a Abraão para arrumar as suas coisas e pegar a estrada, não lhe revelou para onde ia. Mas havia um propósito nessa viagem: mudança através da revelação da palavra de Deus.


A decisão que Abraão tomou foi um caminho de ruptura com a visão de mundo da época. Negar o mundo não é viver uma vida numa bolha de plástico, é afirmar a Deus e obviamente afirmar os seus valores.


Se fossemos reféns da influência do mundo sobre nós, qual seria o propósito da nossa criação? Nós devemos fazer a diferença e não o contrário, pois acomodação é algo que não agrada a Deus e por isso, o próprio Senhor sacode nossas estruturas. Alguns pilares desabam para que haja mudança de prioridades, mudança no agir e transformação de mente.


Existe uma palavra no grego chamada “Metanóia” (meta é ir além , nóia é mente) , que significa atravessar as fronteiras da nossa mente que se assemelha ao processo de Abraão.

Paulo fala sobre essa transformação :


Romanos 12 – “Não se moldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente (metanóia), para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”


Logo , Abraão o “Hebreu” poderia ser chamado também de Abraão o “Metaneu” , pois aquele que atravessou para o outro lado do rio , não se conformou com esse mundo e renovou sua mente .


A conclusão que chegamos é que se não formos “hebreus” ou “metaneus” , não vamos experimentar nem comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

O Talmud (um compêndio de comentários rabinicos) conta que a família de Abraão tirava seu sustento dos ídolos, pois os fabricavam. Um dia Abrão (antes de ser Abraão) estava tomando conta da loja, quando subitamente ele pegou uma marreta e destruiu todos os ídolos, exceto o maior deles. Seu pai apareceu na loja e perguntou o que havia ocorrido. Abraão respondeu que o ídolo maior tinha destruído os outros pequenos. É claro que seu pai não acreditou na história, mas com isso, Abrão questionou a fé do pai dele. Abraão era um iconoclasta desde criança! Idolatria, do ponto de vista de uma definição teológica simples e prática, é o ato de servir a imagens, é fazer orações a elas, é fazer procissões com estátuas, fazer promessas a santos, gurus, dobrando os joelhos não ao criador, mas a ícones criados pela criatura.


Mas idolatria vai muito além disso. Toda vez que dividimos a plenitude da vida em apenas um segmento de nossa existência, temos uma atitude idólatra. Se nossa vida é viver apenas para o trabalho, para os filhos ou cônjuge, então abrimos mão de ter plenitude em outras áreas. Toda vez que reduzimos as bênçãos para um pedaço de nossa vida e vivemos em função disso, criamos um ídolo!


É claro que vivemos num mundo extremamente idólatra, pois a idolatria tem um espectro muito mais amplo do que apenas se curvar a estátuas de barro, cerâmica ou madeira.

Existem idolatrias não tão obvias. Autopiedade é uma manifestação idólatra das mais radicais, pois o fracasso só machuca aqueles que ainda estão cheio do “EU” porque se eles vivessem uma vida esvaziada de si mesmo e cheios de Deus, nada incomodaria.


O idolatra que cultua o “EU” sem perceber, alimenta um dos sentimentos mais destrutivos que podemos ter, o orgulho! A pretexto de uma falsa humildade, ele tem necessidade de chamar atenção para o seu sofrimento, sua dor, seus perseguidores, seus ferimentos . Esse é o Leviatã que precisa se destruído: O orgulho!


Por isso , o renovar de mente não é uma opção, mas uma necessidade. Não é a toa que Paulo dizia:


Galatas 2:20 - já não sou eu quem vive, mas cristo vive em mim”


Assim como a biblia descreve a peregrinação de Abraão quando ele saiu de Ur dos Caldeus (Gênesis 12) para um destino que ele ainda não conhecia, todos nós somos chamados para uma jornada é também um chamado para percorrer caminhos que vão nos ensinar muito mais sobre o que “não somos” para só depois compreendermos “o que somos”. Ser Hebreu sobre uma perspectiva filosófica e não étnica, é romper com o “EU” e viver na soberania de Deus. Não existe marreta que derrube esse ídolo, só o convencimento do pecado, juízo e justiça de Deus!

Essa é a verdadeira ICONOCLASTIA!



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